domingo, 30 de janeiro de 2005

Em resposta II em fórma de PENSAMENTO INCOMPLETO


... e por três vezes achei que podia ser um silencio muito alto.

Não via mais nada, então, e por isso pintei os olhos e fui ás ruas da cidade velha buscar flôres -- a madrugada semeia floristas pêlas calçadas para disfarçar seu cheiro de crime.

No meio do caminho, um homem com muito pouca alma me pára e lança na minha direcção seu halito de gin e alcatrão:
-- Flor de la noche, no escondas tu cara del sol. ¿Por que te encierras en sombras de tu soledad?

Com mêdo de que me descobrissem, pus-me a marchar mais velozmente e pedi a um malandro que me devia favores para que fôsse até lá e tentasse, com cellulas amargas, arrancar do tal sujeito o resto de alma que ainda poluía aquêlle cerne de treva.

Enfim, uma florista que exhibia perversamente sua mercadoria me mostrou um geranio flacido que -- maldito sujeito, que morra! -- também teve sua alma escondida do sol . Nesta hora inexacta ouvi o grito . Uma nesga de alivio insano percorreu meu espiritu e me virei para...

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