... e por três vezes achei que podia ser um silencio muito alto.
Não via mais nada, então, e por isso pintei os olhos
e fui ás ruas da cidade velha buscar flôres -- a madrugada semeia floristas pêlas calçadas
para disfarçar seu cheiro de crime.No meio do caminho, um homem com muito pouca alma
me pára e lança na minha direcção seu halito de gin e alcatrão:-- Flor de la noche, no escondas tu cara del sol. ¿Por que te encierras en sombras de tu soledad?
Com mêdo de que me descobrissem, pus-me a marchar mais velozmente e pedi a um malandro que me devia favores para que fôsse até lá e tentasse, com cellulas amargas, arrancar do tal sujeito o resto de alma que ainda poluía
aquêlle cerne de treva.Enfim, uma florista que exhibia perversamente sua mercadoria me mostrou um geranio flacido
que -- maldito sujeito, que morra! -- também teve sua alma escondida do sol
. Nesta hora inexacta ouvi o grito
. Uma nesga de alivio insano percorreu meu espiritu e me virei para...

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